domingo, 10 de fevereiro de 2013

Mariafobia Evangélica Parte II


Cerca de 2 anos atrás escrevi um texto sobre a Mariafobia Evangélica, neste texto levantei algumas questões sobre a forma como nós evangélicos, acabamos criando um "medo" sobre a Figura de Maria. Já conversei com alguns irmãos na fé que dizem que não falam sobre Maria pois isso geraria interpretações equivocadas, outros fazem questão de parar a discussão, assim que o nome Maria surge na Paróquia. 


Infelizmente de 2011 para cá, não vi ao meu redor nenhuma mudança sobre a forma como meus irmãos luteranos encaram a figura de Maria. Na verdade eu inclusive cansei de receber a mesma resposta pronta. Explico, é só iniciar uma conversa sobre Maria e recebe-se a resposta padrão: "Nós não adoramos como os católicos, Maria foi só a mãe de Jesus, ela não queria que falassem dela, ela casou e teve outros filhos, ela não casou, etc". Porém me parece que nós mesmos luteranos desconhecemos em muito o que nós mesmos autenticamos como conhecimento a cerca de Maria. O Livro de Concórdia na Página 311, levanta questões importantes sobre a figura de Maria, inclusive colocando como "indecidida", se Maria teria ou não pecado original.  Lutero na introdução ao Livro Magnificant coloca que: O mesmo faz aqui a doce mãe de Cristo, ensinando-nos, pelo exemplo de sua própria experiência e por meio de palavras, como se deve conhecer, amar e louvar a Deus. Pois aqui ela se gloria e louva a Deus com um espírito saltando de alegria, dizendo que ele havia posto o olhar nela, sendo ela humilde e nada. (...)  No final do livro Lutero ainda coloca que: “Queira essa doce mãe de Deus conquistar-me o espírito capaz de interpretar de forma proveitosa e profunda esse cântico, para que dele (...) todos nós possamos tirar uma compreensão proveitosa e uma vida louvável, e para que assim, na vida eterna, possamos louvar e cantar esse Magnificant eterno. Que Deus nos ajude. Amém.”

Citar Lutero pode também ser complicado, pois nem tudo que Lutero escreveu condiz com uma postura cristã, Lutero, pecador como nós, nem sempre "acertou", porém estas palavras sobre Maria me levam a uma reflexão profunda, e fazem muito sentido. 

Qual seria o lugar de Maria na historia da Igreja Cristã? Creio que esta resposta nós temos. Porém uma outra pergunta nasce: Qual seria o papel de Maria, a mãe do Nosso Senhor, na Igreja Cristã de hoje? Não tenho uma resposta definitiva, porém creio que o papel que colocamos para ela, não condiz com seu lugar.

" E será bem aventurada por todas as Nações" 

Creio que o silêncio de Maria nos ensina. Sua servidão, seu SIM, que marcou a chegada da Salvação. Seu zelo, sua modéstia. No ventre desta mulher se fez a Salvação. Ela encontrou graça diante de Deus. 

Porque não falamos de Maria? Porque esta mulher nos dá medo? Porque ignoramos seu papel, sua presença? Em nossas Igrejas falamos sobre Ruth, Noemi, Raquel, Ana, porque ignoramos a historia, importância, presença daquela que gerou o Salvador? 

"Faça-se em mim, segundo Tua vontade."

Como vamos lidar com isso? Como trabalhar essa questão? Eu não tenho a resposta. Mas sinto profundamente, que seguimos perdendo um grande tesouro. Já disse isso lá em 2011.... E encerra-se o texto sem uma conclusão.

Um comentário:

  1. Anônimo3/15/2013

    Aquele que não ama a Virgem Santíssima, não pode se dizer cristão. A Salvação esta na verdadeira Igreja fundada pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, por saber, a Igreja Católica Apostólica Romana. Não é com meias verdades, meias palavras que se ganham almas. Convertam-se.

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